Coletivo aponta que os perigos do trecho onde vítima morreu já haviam sido avisados ao prefeito em 2014, mas nada foi feito para solucionar o problema
Na última semana um ciclista de 33 morreu ao cruzar a Avenida Marquês de Paraná, no Centro da Cidade de Niterói, e isso reacendeu uma antiga discussão na cidade: a qualidade das ciclovias e ciclofaixas da cidade em relação à segurança oferecida aos usuários.
O coletivo Pedal Sonoro, que promove a bicicleta como meio de transporte viável para a cidade de Niterói, aponta a inércia do prefeito Rodrigo Neves de ter causado mais essa morte no trânsito.
De acordo com uma publicação na página do coletivo, na campanha eleitoral de 2012, o então candidato prometeu investir na promoção da utilização da bicicleta na cidade através de uma cartilha que prometia que “Niterói terá uma malha de ciclovias inteligente e interligada, com traçado eficiente e normas de segurança internacionais”.
Ao ser eleito, sua gestão realmente implantou diversas ciclofaixas e isso resolveu parte do problema dentro dos bairros. A prefeitura passou a incentivar as pessoas a usarem a bicicleta como meio de transporte para pequenos descolamentos.
Contudo o Pedal Sonoro chama atenção para a falta de conexão entre as faixas cicláveis construídas dentro dos bairros. O coletivo afirma desde 2014 o problema havia sido identificado e dezenas de acidentes já foram registrados nesses anos.
Uma audiência pública chegou a ser feita em 2015 para resolver a questão na Câmara Municipal. A solução foi uma ciclofaixa provisória, que logo foi abandonada, mas retomada na campanha de reeleição em 2016 e novamente abandonada.
Cinco anos depois do problema identificado a primeira morte ocorre no local onde todos, inclusive Rodrigo Neves, sabiam que isso poderia acontecer. Com isso o Pedal Sonoro afirma que o que ocorreu não foi uma “fatalidade”, ou um “caso isolado”. Mas sim uma tragédia anunciada.
